quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Asas frágeis e quentes

Como uma borboleta
Na primeira rachadura do casulo,
A esperança e a ânsia
Se confundindo e retornando
Diante da liberdade eminente,
Com asas frágeis e fracas
Que se sentem na derradeira vez.
Ao sentir a primeira luz
Aquecer-lhes carinhosamente,
E não define se fica
Protegida e segura
Sem todos os novos afazeres,
Mas ainda dormir tranquila,
Ou se vai para o destino
Que sonhara outrora
Na inveja do voo
Com asas tão lindas e cobiçadas.
Assim era ao abrir os olhos pela manhã
E ver tua imagem doce
Com ar de menino dormir
E tuas mãos me abraçando,
Ignorantes e quentes,
Protegendo-me da ânsia da esperança
De sentir minhas asas frágeis
Arriscando abrir-se
Com vontade de bater.


Marina Cangussu F. Salomão

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