domingo, 12 de fevereiro de 2012

Poucas curvas

Sua vida se expandia
Na monotonia do costume de outrora:
Traços, retas e poucas curvas
E as ações corretas de cada ponteiro
Automatizava expressões e falas
E já não se ouvia a imaginação
Perambular meio louca por entre si
Caindo de suas piruetas
E flutuando como boa esperança
Via-se apenas palavras secas
De olhar triste e cabisbaixo
Desfazer-se em retas
Para montar o mesmo desenho
Todos os dias
E em meio a retas e alguns muros
Era difícil contorná-los e entrar
Diluindo o espaço que seria para dois
Para flutuar em sonoros doces
Sem delimitá-los em traços
Mas nadá-los em ondas de mar
Tão enorme e espantoso
Como não poderia ser
A mesmice de seus dias.


Marina Cangussu F. Salomão

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