quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O vão completo

A completude de nossos pedaços
Que regia o nosso único,
Trocados nos lados de cada um
Intercedidos apenas na fantasia.
E de olhares tão opostos
Construiu-se uma efígie maleável
Que ía e vinha nos passos
Da dança que fluía nos sons
Da expansão de nossas diferenças,
Tão claras e densas.
Pois escuro era somente
O segundo passo da dança,
Que pisava cada perna
Para o seu lado,
E na ida dos pés
Desmantelaria nosso gesso
E voltaríamos a duas partes,
Dois pedaços soltos e em vão.


Marina Cangussu F. Salomão

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