Na primeira xícara:
Como o tedioso pode ser agradável?
O insosso está agora tão denso
E desejado em fortes dores
Que arranham-se perante a perda.
É que antes indiferente,
Por fortalezas inânimes e vazias
Rodopiando sórdidas em redenção lenta,
Hoje procurado, atento
Diante da decisão de aceitar
E recomeçar e redescobrir.
Porém, toda decisão brota
Linda e delicada
Sorrindo sagaz e astuta
Mas também arde, sedenta
Por mais ou pelos pecados.
E logo cedo aquebranta-se
Na morbidez esquecida
Relembrada pelas chamas
Invadindo toda a lembrança.
Marina Cangussu F. Salomão
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