terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ilusão

Caminharia por horas pelas ruas internas
Soltas em pensamentos obstinados
E teria o mundo nos braços
Pelo simples ato de buscar e engolir 
Seus sonhos, em sedenta aflição 
Desdobraria-se e não esperaria
Impaciente por guardar todo o mundo
E mudaria... Sim, mudaria!
Faria suas ilusões concretas
E não importa o que dissessem
Seria intenso no viver obliterado
Pelo todo incrédulo e sórdido.
E mesmo que cega fosse nos passos calmos
Permaneceria andando e aprofundando-se
Segura de seus fatos e suas verdades
Pois que importa na vida
Mais que ilusões que nos desolam e nos afogam?


Ter dentro d'alma a luz de todo o mundo
E não ver nada neste mar sem fundo,¹

Marina Cangussu F. Salomão

¹Florbela Espanca in Cegueira Bendita (IV)

Nenhum comentário:

Postar um comentário