terça-feira, 2 de agosto de 2011

Resta

És tão complementar envolta em mim
Que me despedaço e enlouqueço
Tonto de deleite armazenado,
Em fins do amargo
E livre o que guardei.
Agora vendo-me partir
Sofro calmo em insensatez
E trépida na face desloca-se
Não mais trêmula que tua presença
Em músculos meus,
A lágrima, desejada em
Lembranças frágeis e doces
Que fazem insana a vontade
E paciente os gestos
Como aquele de minha pele
Sentindo amena e rígida a tua
Macia em encaixe fresco
E certo. Tão certo como a decisão
De despedaçar-me e deixar
Livre tudo o que havia de sentir.

(E nada resta, a não ser este sentimento)

Marina Cangussu F. Salomão

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