terça-feira, 20 de setembro de 2011

Par do vento

Deitada na varanda que a protegia
Buscava sentir novamente a intensidade
Deixando tomar-se completa pelo sol
Queimava-se em novos planos
E refazendo cada célula já morta
Decidia-se por recomeçar lívida
E em fumaça levada pelo vento
Remontava os novos passos
Que tão leves e tão flácidos teriam
A destreza e gingado autênticos
De sopro em chama acesa
Com braços que sobem e descem
Para todos os lados sem temê-los
Desfeita todas as barreiras que lhes segurava
Dançando fluidos junto às cinzas
Espalhadas soltas pelo sopro
E não se esconderia mais
Desconfiada de pensamentos
Mas bailarina se faria guiada pelo vento.


Marina Cangussu F. Salomão

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