Nem tenho sequer memória
Em que minha mão se afasta
Pouco menos de segundo
E não tenha ao alcance
O deslize de seu contorno febril e feroz,
E não deseje um pouco mais.
Em que ela não sinta em delicado tato
A maciez das curvas de teu queixo
Junto ao equilíbrio do pescoço.
Decifrando lentamente seus pelos superiores
E por ali brinque de dançar
Com rodopios lentos de uma só perna.
Não me lembro dela não poder contrair-se meio costas,
Massageando grosseiramente seu delineio
E deslize com cautela e vigorosamente
Até reflexos fortes e claros de devaneio.
Marina Cangussu F. Salomão
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