terça-feira, 1 de maio de 2012

No exílio


Como posso descrever o instante de agora
E sinto o mundo em meus braços, sem peso
Ele passa tão lentamente...
O tempo longo que clamei ter
Tão lento quanto o balançar do vento
Na rede que me embala na sombra
E o silêncio de zumbidos poucos
Que permite sentir a água que cai nas pedras
E posso vê-la clara, brilhante
Com o mesmo sol que me brilha
Se escondendo detrás das minúsculas folhas
Incrível meu desejo de criança
Daqui vejo o joãozinho saltitar entre os galhos
E entrar cabreiro em sua casa
Ou vejo as borboletas: pretas e alaranjadas
Ou ouço pequenos gritos de pássaros
Como os da flauta que tocarei
São tão doces, tão diversos e tantos.
Como diziam os livros de minha infância
Que guardei na memória
Me deixe ficar aqui, só mais um tempo!

Marina Cangussu F. Salomão

Nenhum comentário:

Postar um comentário