terça-feira, 1 de maio de 2012

Os cachorros


Ia o homem com a enxada na mão
A seus pés seguiam dois, sempre na proteção

Podiam seguir nas pequenas ruas
Mas preferiam seguir o cenário das árvores nuas

E seguiam o percurso natural
Na fantasia do tempo que lhes era real

Os fiéis escudeiros nunca abandonavam
Fosse cerrando madeira ou quando caçavam

Ia juntos tirar leite e cortar cana
Desejando boa sombra e a comida da Dona Ana

Contavam causos, reclamavam da vida
Uns ouviam e o outro clama a Compadecida

Adoravam o mesmo tempo no capinzal
Quando o mato subia verde e pulavam no aguaçal

Os pequenos giravam mundos de pata em pata
E ensinavam ao homem a beleza simples e grata

A noite, quando já era mais tarde
Recostavam em seus cantos, longe da verdade

E os sonhos se coincidiam
Que os outros dias igualzinhos íam.

Marina Cangussu F. Salomão

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