sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Chaboqueira

Haviam adjetivos que ela não entendia
E rodeavam-na em elogios soltos
Haviam alguns sorrisos e outros abraços
Haviam as falas e lugares
Que não lhe condiziam.
Mas quem lha disse assim tão delicada
Em bolhas doces e futuros claros
Resplandecendo do alto.
Ela era quieta no seu canto
E mau em julgamentos
Não tinha pais nobres
E alguns poucos contentamentos
Era meio bruta em palavras
Insensível em afetos.
Chaboqueira:
Qual bolo mal feito 
E mexido de fim de tarde.


Marina Cangussu F. Salomão

3 comentários:

  1. Conheci, há muitos anos, precisamente na manhã de 5 de maio de 1978, lá no bairro de Tejipó, na cidade do Recife, uma menina morena de olhos verdes. Ela tinha os lábios carnudos e bem feitos. Perguntei a um amigo quem era ela e ele respondeu: "- Aquela chamboqueira? Estuda no Alberto Torres, não sei o seu nome".
    Para mim, ela passou a se chamar Chamboqueira, palavra que adotei para significar "moça de beleza intrigante e inesquecível".
    Ela nada tinha de bolo mal feito. Tinha tudo perfeito e belo como a flor do maracujá.

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