terça-feira, 25 de outubro de 2011

O verão

As gotas rebatiam-se no vidro
E escorregavam carregando outras
Formando uma bem capaz de molhar.
Qual minha ilusão de eternidade
Que se desfazia conjunta ao amor
Dissolvido pela tentação de outros
Que por mais que o agarrasse
Escorregava lentamente de minhas mãos
Descendo pelas frestas deixadas
Propositalmente entre os dedos
Sendo capazes de cortar.
E como lavavam as janelas as gotas
Lavavam também minha insensatez
Desnudando-me com roupas céticas
E invariando minha confusão.


Marina Cangussu F. Salomão

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