segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cinzas

Como haveria tanto vazio
Em um deslize incompleto
Que enchia-se das memórias
Imaginadas para existirem.
Talvez era a vontade
De soltar-se das cinzas
Abandoná-las na terra
E subir com o vento
E alcançar a lenha
Para foguear a que restou.
Mas se subisse perderia-se
Nas correntes fortes de ar
De tanta leveza por ter se deixado
E perdido poderia ir
Seja lá onde fosse
E nem encontrar a madeira.
Assim não haveria motivo
Para abandonar o vazio
Pela completude das memórias
Que enfim existiriam
Pois poderiam nunca existir.


Marina Cangussu F. Salomão

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