Ela não aprendera a desregrar-se
O que ao mesmo tempo
Protegia-a em suas justificativas
Argumentadas nas leis dogmáticas
E a permitia julgar:
Defender-se do que se negava.
Bem como impedia-a de ver
De sua proteção, o que havia
Um passo a frente em seu longe
E impossibilitava-a de compreender
Os sons que invariavelmente a atingia.
Mas era feliz em sua ignorância
Pouco escolhida diante dos fatos:
Afinal, não fora ela quem erguera
Os primeiros muros
Apesar de contribuir com muitos tijolos
Moldados nas crenças e terrores
Sem dúvida, que lhe estoriaram.
E vivera em sua ilusão redonda
Como menina boba
Que nunca larga as invenções das bonecas.
Marina Cangussu F. Salomão
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