sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O ronco

Enquanto o ronco barulhava
Ele ensinava os truques
E os risos secretos dos disfarces
Que se moldavam no silêncio
Das vozes e não dos corpos


Enquanto o ronco barulhava
Exibia a esperança da razão desleal
E das loucuras incrédulas
Que seriam bem guardadas
No silêncio dos olhares cúmplices


Enquanto o ronco roncava
Aprendia a ser longo e solto
A encontrar-se livre no silêncio
E a escapar intacto das tramas


Marina Cangussu F. Salomão

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